quinta-feira, junho 14, 2012


 "Se o Senhor não vigia a fortaleza, em vão guarda a sentinela."

"Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais ele fará."

Manaus, 19 de julho de 2011

Segurança e dependência, duas coisas fundamentais que precisamos sempre depositar no Senhor, nosso Deus. Aqui na aviação missionária na amazônia algumas vezes somos confrontados com situações inusitadas e desafiadoras.

Na semana passada, levamos 4 missionárias para uma aldeia a 2 horas de vôo de distância de Manaus. Duas visitantes e duas veteranas. Catarina e Judite tem mais de 60 anos de idade e mais de 30 dedicados na tradução da Palavra de Deus para um dos centenas de povos indígenas que vivem no território brasileiro. O plano era de ficarem lá por uma semana para ensino e consultoria e depois retornarem para Manaus para continuar o trabalho de tradução do Velho Testamento “em casa”. Elas são nossas passagerias VIPs.

 No domingo a noite, após voltar do culto, recebo um telefonema de um indígena de Tapauá com o seguinte recado: “Tem uma missionária no rio Purus passando mal e precisa do avião amanhã”. Eu entendi exatamente o que ele quis dizer. Recentemente a Embratel instalou um orelhão na aldeia, mas o mesmo tem problemas para completer ligações. Catarina havia me dado um pequeno papel com o número anotado e resolvi ligar para ver se conseguia contato. Judite atendeu e confirmou a necessidade de um vôo de emergência para a manhã seguinte. Confirmei que estaríamos lá entre 8:30h e 9:00h da manhã. Deixei o Marco e o Timóteo, nossos chefes, avisados e fui dormir.

 4:00AM o despertador me lembra que está na hora.

 5:30AM vejo o dia amanhecer no hangar, enquanto Andrés e eu abastecemos o avião. Fazemos o pré-vôo, colocamos o hidroavião na água e decolamos exatamente 6:40.

 Nível 065, 20 nós de vento de cauda e 140 nós no GPS, que beleza. A manhã está linda, com o sol nas costas enquanto voamos para o sudoeste, com turbulência zero e céu completamente sem nuvens, ou, céu de brigadeiro.
Após 1:30 de vôo iniciamos a descida e então começamos a ouvir um chiado estranho nos fones. Verificamos os plugues, os rádios, etc, quando observo que o amperímetro está marcando zero, ou seja, nosso alternador aparentemente está fora do sistema. O manual diz que nesta hora devemos “reciclar” o interruptor e executamos o procedimento. Mas quem disse que ele religa?

 Tudo ficou apagado no painel e tanto a bateria quanto o alternador só voltariam a funcionar uma vez naquele dia. Graças a Deus, o motor não precisa de bateria para continuar funcionando, devido os magnetos, mas apenas precisa da bateria para dar a partida. Também precisaríamos da bateria para usar os rádios, nos comunicar, usar os flapes para pouso e decolagem e as luzes da aeronave.

 Bom, faltavam 10 minutos para chegarmos e enquanto eu pilotava o avião, o Andrés começar a procurar a pane, verificar em baixo do painel, reciclamos os disjuntores e interruptores dezenas de vezes, mas nada acontece. Subitamente tudo religa, mas aí eu precisava ter a certeza que isso não ocorreria novamente, pois poderia acontecer de ao pousarmos no lago
Itaboca, desligássemos o motor e a bateria e ela nunca mais ligasse. Decidi resolver a dúvida reciclando o sistema outra vez e “dito e feito”: Tudo ficou apagado em definitivo.Pane total do sistema elétrico.

 Nesse momento já estávamos sobre o lago e precisávamos nos preparar para pousar. MAS sobre o lago havia um banco de neblina “colado” nas copas das árvores, devido a chuva durante a noite. Em meus pensamentos busquei a Deus e pedi sabedoria para aquela situação que estava começando a se deteriorar demais. Quando olhei para a esquerda, vi que o rio Purus estava livre de neblina e então prosseguimos para sobrevoar o rio e verificar se era possível passar por baixo das nuvens em condiçoes de visibilidade favoráveis. Graças a Deus, havia um buraco no banco de nuvens exatamente sobre a ligação entre o rio Purus e o lago Itaboca. Desci até a base das nuvens e configurei o avião para o pouso, mesmo sem flapes. Entramos sobre o lago e subitamente estávamos voando num túnel. Árvores nos lados, água espelhada embaixo e nuvens de neblina acima de nós. Tínhamos um espaço de 200 pés de altura e cerca de 300 metros de largura. O lago tem cerca de 3 a 4 km de comprimento. Concentração máxima no altímetro e velocímetro pois não tínhamos percepção visual da nossa altura sobre a água, devido o espelho dágua do lago. Quando chegamos no ponto de encontro com as missionárias, simplesmente reduzi a potência e pousamos em segurança. Que alívio.

 A paisagem do lugar é paradisíaca, mas naquele momento nossa preocupação era com o restabelecimento do sistema elétrico. Andrés saiu do avião e caminhou sobre o flutuador até o motor, abriu a portinhola de inspeção e tentou verificar os contatos do alternador enquanto eu taxiava o avião com o motor na marcha lenta. Estávamos cerca de 15 minutos adiantados do nosso horário estimado de pouso e era o tempo que tínhamos para tentar restaurar o
sistema sem desligar o motor. Mas nada funcionou. Não poderíamos cortar o motor em hipótese alguma, se o desligássemos não haveria mais como religar o motor. Estaríamos “presos”.

 Graças a Deus Catarina e Judite apareceram logo, numa voadeira com 2 índios. Não podia ser melhor. A voadeira logo alcançou o avião taxiando e emparelhamos os dois. Ajudei Catarina e Judite a embarcarem enquanto Andrés taxiava o avião no meio do lago. Nunca antes tínhamos feito embarque no Cessna 206 em movimento sobre a água. Depois de acomodá-las e
explicar-lhes a situação dei a volta no avião, com a voadeira, e amarrei a bagagem e a carga delas no fundo da cabine do avião. Subi na asa para conferir a quantidade de combustível e voltei para a cabine. Já estávamos taxiando a mais de 20 minutos e nossa reserva de combustível estava “indo embora”.

 Cumpri todos os checklists, programei o cronometro (timer) com o combustível remanescente e prosseguimos na decolagem, sem flapes, e em espelho dágua, demorou bastante para decolar, mas como o lago era bem comprido, tínhamos ótima margem de segurança. Durante a subida combinei com o Andrés que iríamos mudar a rota, de forma que ficássemos o tempo todo sobre a água, ou seja, sobre o rio Purus e depois o rio Solimões.

 O vento que anteriormente nos empurrou para chegarmos 15 minutos adiantados, agora estava nos segurando muito. O avião não queria passar de 90 nós. Isso era lento demais e pelos cálculos o combustível ficaria escasso. Além disto, devido a pane elétrica, os indicadores de quantidade de combustível não estavam funcionando. Também não tínhamos nenhum rádio. Graças a Deus a meteorologia estava excelente e no caso de alguma emergência poderíamos pousar no rio Purus a qualquer momento durante a rota, de forma segura e então esperarmos a passagem de algum barco para pedirmos ajuda. O rio Purus tem bastante tráfego de embarcações e há muitas comunidades na beira do rio, onde poderíamos encontrar abrigo, ajuda e, possivelmente, até comunicação.
 Subimos então para 7500 pés na expectativa de conseguirmos menos vento de proa. Ganhamos de 5 a 10 nós lá em cima e agora, provavelmente pousaríamos com cerca de 25 minutos de combustível nos tanques ao chegarmos em Manaus. Isso era aceitável diante das circunstâncias.

 A operadora de celular VIVO instalou várias antenas nos municípios do interior do Amazonas, por isso portei meu celular para VIVO no ano passado. Era a única forma de comunicação a bordo naquele momento. Exatamente na metade da rota sobrevoaríamos Beruri. Escrevi uma mensagem SMS para Timóteo e César explicando nossa situação, passando o plano de voo e pedindo para eles fazerem contato com o Controle de Tráfego Aéreo informando nossa situação. Graças a Deus, naquele dia, a VIVO não nos deixou na mão.

 Pousamos no lago Puraquequara, em Manaus, após 2:20 minutos de “silêncio” na cabine, apenas com o ruído do motor, abafado pelos fones de ouvido e protetores auriculares. Tanto Catarina quanto Judite estavam bastante debilitadas e fiquei muito grato a Deus por Ele ter possibilitado que as trouxessemos de volta para casa em “segurança”. Não na segurança dos homens, mas na segurança que vem do Senhor. Foi Ele quem nos deu sabedoria, tranquilidade e coragem para tomarmos as decisões adequadas no meio de um contexto complicado. Podemos e devemos sempre fazer nosso melhor e procurarmos estarmos preparados para situações diversas, ainda mais voando aqui na Amazônia, mas nossa dependência precisa estar sempre em nosso Deus, nosso refúgio, nossa fortaleza, seguro bem presente na tribulação.

 A pane foi a solenóide que liga a bateria na barra de alimentação principal somado a uma falha interna do alternador. Tipo de pane imprevisível e raríssima. Nunca teríamos resolvido isso lá no mato. No dia seguinte PT-WKG retornou para Itaboca para buscar as outras duas visitantes e ele se comportou muito bem. Obrigado a nossa equipe de mecânicos, Victor, Ryan, Josh, Joel, Valtair e Andrés que trabalharam tanto para recolocar WKG em vôo, depois de 2,5 anos parado no hangar e tem se desdobrado para mantê-lo voando. O trabalho de vocês é essencial para continuarmos “dando asas aos que dão suas vidas”.

 Toda Glória a Deus

 Márcio

domingo, junho 06, 2010

Aniversário da Larissa

Ontem, sábado, comemoramos o 3o. aniversário da Larissa. Ficamos muitos felizes, junto com ela, pois é uma bênção tê-la conosco.

Aí está nossa princesinha.

quinta-feira, abril 22, 2010

NOTICIAS DE ABRIL

Manaus, abril de 2010
Queridos amigos

“Vinde a mim, todo os que estão cansados e sobrecarregados que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” Mateus 11:28-30

Nunca antes em nossa vida o texto acima e o Salmo 23 fizeram tanto sentido e nos trouxeram mais ânimo do que nos tempos atuais. Graças a Deus por sua Palavra.

Como muitos sabem, nós estamos de licença médica esses dias. O Márcio estava com a diabetes descompensada, devido ao estresse dos últimos meses e está fazendo uma bateria de exames para tratamento de saúde, pois piloto não pode voar com alguns problemas específicos de saúde. Eu (Keila) tive um fim de ano muito puxado e caí numa estafa profunda que me desestabilizou completamente. Mas também estou tratando e fazendo uma bateria de exames e aproveitando para fazer um “checkup” geral até nas crianças. O Mathias tem um probleminha no coração que estamos acompanhando, a princípio nada grave, mas vamos observar, ainda luta com alergias e rinite. A Larissa desde o ventre tinha dificuldade de ganhar peso, e até hoje é nossa "Gisele Bündchen", e é uma preocupação, pois ela está abaixo do peso e nem com vitaminas e outras ajudas não tem fome. E nosso coração fica apertadinho quando Deus fala para a gente sentar no colo dele e recuperar as forças, mesmo quando vemos o muito trabalho a ser feito ao nosso redor. Sabemos que é um tempo de cuidado do Senhor para conosco, e queremos aceitar esse período como amor do Pai. Temos aprendido a esperar o tempo Dele, como Eclesiastes 3. Não é fácil para pessoas tão proativas como nós, mas certamente é um aprendizado de paciência. Temos recebido o amor de muitos nos sustentando em oração nesse período e peço que continuem orando para que possamos fazer o que Deus espera de nós, e não o que nós ou outros esperam. As vezes sentimos que aos poucos nossas forças vão sendo recobradas, mas entendemos também que é um processo que precisa ser completado sem apressar a cura, ela vai vir no tempo e no modo do Senhor.

De meados de março até hoje tiramos 10 dias de descanso com a família em São Paulo e depois da Páscoa começamos a maratona de médicos, laboratórios, clínicas e exames. Algumas das especialidades médicas que enfrentamos são: pediatra, alergista, psiquiatra, cardiologista, endocrinologista, psicólogo, otorrinolaringologista, oftalmologista, dentista, ortopedista, etc. Não me lembro mais como é no resto do Brasil, mas aqui em Manaus quase nenhum profissional trabalha com hora marcada, apenas com fila de espera, então, para cada consulta ou exame a gente gasta no mínimo meio dia esperando para ser atendido. Graças a Deus o plano de saúde cobre uma boa parte disto. Para o restante, Deus tem suprido e cremos que Ele continuará fazendo assim, pois nunca nos abandonou e tem usado vários irmãos para nos abençoar. Na verdade, fazia muito tempo que precisávamos desta “revisão geral”. Continue orando por nós.

Amados, sentimos muita saudade de todos vocês, e por favor se sintam abraçados por nós. No amor de Cristo e por Ele,
Família Busca-Fé (Márcio, Keila, Mathias e Larissa Rempel)

sábado, março 20, 2010

Nossa cartinha de março

“... mas temos este tesouro em vasos de barro, para
mostrar que este poder que a tudo excede provem de
Deus, e não de nós.” 2ª. Corintios 4:7

Amados e queridos
Tivemos um final de ano muito abençoado com
a visita da família da Keila. Os pais, irmãs, cunhados e
sobrinhos, ao todo 8 pessoas, passaram duas
semanas conosco. Entre final de janeiro e início de
fevereiro minha mãe também esteve conosco.
Curtimos bastante a família, especialmente o Mathias
e a Larissa
_________________________________________
Este início de ano tem nos trazido novos
desafios.
O Mathias está retornando às aulas, agora no
Jardim III e em nova escola. Graças a Deus ele ganhou
um bolsa de 50% numa escola evangélica e agora
estuda no Instituto Batista Ida Nelson. É uma boa
escola e num custo razoável. Ele está adaptado e
gostando muito. Quanto a saúde, ele ainda está
tratando a rinite alérgica.
A Keila está com a saúde precárea. A
sobrecarga tem causado crises de estafa, deixando
ela acamada algumas vezes. Em função disto, ela
pediu uma licença do trabalho em Asas de Socorro
para tratamento de saúde. Ela está sendo
acompanhada por médico aqui em Manaus. Ainda
estamos orando para ver o que mais faremos.
Estou tendo que tratar vários problemas de
saúde. Estou com sinusite leve desde junho e terei de
prosseguir no tratamento dela. A sinusite incomoda
quando o avião sobe ou desce, mas a dor é leve. Este
inicio de ano a minha diabétes também teve uma
recaída e estou tendo que reintensificar o tratamento.
Além disto, também preciso visitar o médico para
avaliar alguns sintomas de gastrite que tenho sentido.
Provavelmente também vou reduzir minha carga de
trabalho para cuidar da saúde. Ore para que Deus
cuide de nossa saúde como família.
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No início de março tivemos um pequeno susto
em casa. Precisei matar uma cobra venenosa que
apareceu em nosso quintal. Graças a Deus a Keila viu
a cobra a tempo. Assim, agradeça a Deus pela
proteção
__________________________________________
Desde novembro de 2008 nosso pequeno
hidroavião Cessna 206 está com o motor na revisão
geral. Vários tem sido os contratempos e problemas
enfrentados, principalmente na importação de peças.
Agora a estrutura do avião também está em reforma e
provavelmente teremos ele de volta nos próximos
meses. Isso é muito animador, pois ele é um avião
muito útil para a maioria dos parceiros missionários e
igrejas que atendemos aqui em Manaus. Durante todo
esse tempo temos usado apenas o grande Cessna
208, o qual é caro e não consegue pousar nos lugares
de mais difícil acesso. Existe ainda a possibilidade de
outro Cessna 206 terrestre incrementar nossa frota
missionária em Manaus enquanto o Cessna 206
hidroavião (só pousa na água) não fica pronto. Para
isso precisaremos de mais pilotos aqui em Manaus. Há
vários missionários, pastores e obreiros ansiosos por
poderem ter nosso apoio aéreo novamente. Ore para
que Deus nos dê sabedoria para conduzirmos
nosso ministério e supra pilotos e esta aeronave
mais viável para o trabalho missionário a partir de
Manaus.
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Asas de Socorro tem tido problemas com plano
de saúde para os missionários. Os preços subiram
muito e no momento estamos desasistidos deste
serviço. Ore para que Deus nos oriente quanto a
isso.
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Ore para que Deus supra os missionários
que faltam aqui no norte, tanto na área operacional
quanto na área adminsitrativa. Quem sabe você é a
resposta desta oração.
Várias famílias que nos apoiam estão
enfrentando grandes lutas na área de saúde. Ore pela
saúde de nossos mantenedores.
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Obrigado pelo seu envolvimento conosco.
Contamos com você neste ano de 2010 para juntos
levarmos o evangelho até os povos isolados da
amazônia.
Que Deus lhe abençoe ricamente.
Marcio, Keila, Mathias e Larissa

quarta-feira, novembro 18, 2009

Outubro / Novembro de 2009

“A mulher sábia edifica a sua casa”

Olá queridos!

Querem tomar um cafezinho na nossa casa? Na verdade, aqui convém oferecer um suco bem gelado por causa dos 30 a 40 graus Celsius que estamos enfrentando. Finalmente estamos morando dentro da nossa casa! Ainda não dá para acreditar, mas nossa alegria e gratidão é imensa. Faltam alguns detalhes, mas você é nosso convidado para estrear nosso quarto de hóspedes (só ore para que Deus nos dê um ar condicionado para esse quarto, porque senão você não vai conseguir dormir com todo esse calor ). Queremos agradecer de todo coração a todos que contribuíram para que hoje pudéssemos estar aqui – seja com ofertas, orações, idéias, projetos e muitos conselhos. Nosso maior desejo é que essa casa possa atingir de fato o seu propósito de ser uma bênção para nós e para quem passar por aqui.
Quando olho para o versículo – “A mulher sábia edifica a sua casa”, acredite, apesar de ter aprendido a mexer com a desempenadeira, e aprender muitas coisas de construção, esse texto não está se referindo especificamente a engenheiras e arquitetas. Eu sei que também não está se referindo a profissão pessoal nem ministério. Essa semana fui a uma palestra exclusiva para mães de tempo integral. Foi muito interessante, pois tenho trabalhado com algumas mulheres aqui sobre a importância do apoio da esposa ao marido e também como é precioso para os filhos a presença da mãe. Aqui, a mulher é extremamente cobrada para ter uma carreira e trabalhar fora, seja por causa da questão financeira, ou mesmo do status de uma carreira (talvez não é só aqui em Manaus). E esse texto foi como uma sentença de absolvição para as maezinhas que optam por ficar em casa. Eu amo meu ministério como missionária, mas nos degraus de prioridade minha família precisa vir antes. Como é bom podermos encontrar na Palavra tudo o que precisamos.
Esses tempos atras eu expliquei o plano de salvação para a Larissa, mesm o sabendo que ela é pequena, o Mathias sempre perguntava se ela já aceitou Jesus no coração. Então, depois de um bom tempo de explicação, perguntei a ela se gostaria de dar o seu coração para Jesus. Qual foi minha surpresa quando ela respondeu: “Não, quero dar para o Mathias!”, como se não bastasse, o Mathias olhou para ela e disse: “Obrigado, Larissa!” Rimos muito e percebemos que ela ainda não entendeu direito .
Essa semana um colega nosso de ministério nos informou que estão precisando muito de ajuda de piloto-missionário em Moçambique – África. Márcio olhou para mim e perguntou: “E se for isso que Deus quer de nós, o que faremos?” Sabemos que se algum dia Deus quiser nos mandar para qualquer outro lugar, nós iremos, pois sabemos que melhor são os sonhos de Deus. O amanhã pertence ao Senhor, e enquanto estivermos aqui, serviremos ao nosso Deus com nossas vidas! Nem sempre estamos felizes e realizados, mas o que podemos é procurar fazer nosso melhor ao Senhor!
Orem por nós:
- Mathias está com alguns problemas respiratórios e temos feito tratamentos, porém sem resultados.
- Larissa está com um cisto, Deus tem posto a mão e o cisto tem diminuido de tamanho (ela já estava com todos os exames pré-operatórios prontos, mas estamos esperando mais no Senhor)
- Eu estou bem desgastada com o ano de construção da casa e ministéirio acumulado na casa de hospedagem ( a missionária que divide comigo o trabalho está em divulgação desde junho e retorna no próximo mês).
- Graças a Deus o diabetes do Márcio está controlado, mas ele também está fazendo um tratamento por causa de uma sinusite. Márcio está bem cansado também, orem por forças e muita sabedoria no ministério.

Mais uma vez muito obrigada por todo apoio e carinho conosco!
Que Deus te fortaleça e te dê alegria, graça e ânimo!

No amor de Cristo e por Ele,
Keila Rempel (em nome da família Busca-fé)

quinta-feira, maio 07, 2009

Noticias Atuais

Estou tentando fazer nossa vida em casa voltar ao normal. Fazem 15 dias que o Mathias e a Larissa adoeceram. Foram dias de muita luta, pois os dois pegaram uma virose muito forte que desenvolveu uma pneumonia séria nos dois. No domingo passei no pronto socorro com a Larissa para mais uma reavaliação. O Mathias chegou a tomar um antibiótico tão forte que é dado em casos de meningite. Mas eles estão bem melhores agora. A Larissa melhorou da pneumonia e ficou com uma inflamação nos brônquios. Mas o médico avaliou e disse que ela está reagindo bem aos antibióticos. Amanhã terei uma consulta com uma médica que nos indicaram. A pediatra que atendia nossos filhos não poderá mais atendê-los, pois ela está saindo do nosso plano de saúde e somente vai atender particular. Com essa "brincadeira" dessas doenças, as farmácias sairam lucrando bem. Deus foi muito misericordioso e supriu nossos gastos com a farmácia. E graças a Deus, as crianças estão melhorando.
Temos passado por muitas lutas de saúde não somente aqui em casa. Muitas famílias de missionários aqui tem alguém enfermo em casa. Essa época do ano parece que os vírus e bactérias ficam mais fortes. Orem pelos missionários na Amazônia!

Domingo passado, o Márcio fez um vôo de emergência para resgatar a filha de um casal de missionários da Igreja Presbiteriana, do Projeto Amanajé. Ela estava com muita febre a 15 dias, e tem uma mancha enorme no fígado. Ela tem 8 anos e nesses dias perdeu 8kg. O nome dela é Vitória. Ela tem uma irmã menor que também estava com febre, mas ainda não descobriram o que elas tem. Orem por eles.

Hoje, quarta-feira, o Márcio saiu para um vôo com algumas autoridades do governo para avaliar a situação das enchentes no interior do Estado. Tem muitas cidades de baixo d'água, e a situação de muitas famílias é triste. No ano passado vivenciamos o drama das enchentes em Santa Catarina, e foi incrível como vinha ajuda de todos os lados. Infelizmente aqui não é assim. Há muito mais pessoas desabrigadas e desalojadas, mas muito menos ajuda da sociedade civil. Sabemos que a dificuldade de acesso dificulta muito, mas mesmo assim deveria ter mais ajuda dos brasileiros “solidários”. Muitas comunidades que estão alagadas não tem nenhum acesso por terra, e por isso essas pessoas ficam ainda mais sem assistência. A situação é de calamidade pública generalizada.

Vejam as fotos de Anamã, um pequeno município de 4 mil habitantes totalmente alagado. As previsões dos especialistas são de que o Rio Amazonas ainda vai subir mais 80cm, da marca do dia 01 de maio. Isso é gravíssimo e a igreja brasileira precisa se mobilizar.

Com tantas tragédias, aumenta a sensação de que está próxima a vinda do Senhor. Ao mesmo tempo que fico feliz e exultante, fico também angustiada com aqueles que ainda não entregaram suas vidas ao Senhor. Fico pensando que sempre podemos fazer mais e mais. Tenho intercedido pelo povo de Deus que está tranquilo. Precisamos despertar para a urgência do testemunho do Senhor. Perceber em cada conversa uma oportunidade que Deus está dando para de alguma maneira falar do amor de Deus e oferecer a chance da vida eterna.

Como já temos mencionado antes, nossa igreja-mãe estará fazendo nossa ordenação pastoral no dia 17 de maio na Primeira Igreja Irmãos Menonitas do Boqueirão, como um incremento ao nosso trabalho na amazônia. Estamos planejando chegar em Curitiba no dia 15. Estamos muito felizes por isso e nos sentimos honrados, privilegiados e abençoados.
Muito obrigado por suas orações e cuidado sobre nossa vida.
No amor de Cristo e por Ele,

Keila J. Rempel

terça-feira, abril 28, 2009

ORDENAÇÃO PASTORAL

Dia 17 de maio de 2009 a Primeira Igreja Irmãos Menonitas do Boqueirão, em Curitiba, igreja a que pertencemos, estará nos ordenando como pastores. Haverá um culto em português as 10h da manhã e outro em alemão as 15h. Estão todos convidados.
Isso não significa que estaremos mudando de ministerio, continuaremos em Asas de Socorro - Manaus. No entanto, a nossa igreja observou a necessidade e importância de nos ordenar como pastores, como forma de incrementar nosso ministério.

Saúde da família

Na quarta-feira passada o Mathias começou a passar mau. Fomos ao hospital e constataram um princípio de pneumonia e também infeção urinária. Ele começou a tomar o antibiótico. No sábado continuava mau e voltamos para o hospital. Os antibióticos foram fracos e agora ele está tendo que tomá-los no músculo, uma vez por dia. Desta vez fizeram efeito, mas ele está traumatizado com as injeções.
A Larissa também passou mau no domingo e fomos ao hospital. Parece que é quase o mesmo quadro, com bronquite e infecção urinária. Ela está tomando antibióticos também e tentando reagir.
A Keila já vinha cansada e agora a saúde dela também está vacilando. Tem dores pelo corpo todo. Eu ainda estou bem. Orem pela saúde de nossa família.

segunda-feira, abril 20, 2009

Nadando com os botos

Esse final de semana, enquanto eu fazia um vôo para São Gabriel da Cachoeira, a 3 horas de vôo de Manaus, a Keila e as crianças foram para a cidade de Novo Airão, a 3 horas de carro daqui de Manaus, para nadar com os botos. Foi uma experiência inesquecível para eles. Havia mais de meia dúzia de botos por lá, que já são acostumados a entreter os turistas. Esses botos cor de rosa vivem livres, mas foram domesticados por alguns moradores de Novo Airão e agora se tornaram a principal atração turística da cidade. Muito lindo.